Como saber se o seu pen drive é falsificado


Quando era apenas um jovem iniciando o curso técnico em Informática, os únicos dispositivos de armazenamento secundário que eu utilizava eram os disquetes de 5 1/4 polegadas. Isso porque os discos rígidos RLL e MFM eram muito caros na época. Meu primeiro computador, um PC/AT já vinha com um disco rígido com impressionantes 20MB!
O tempo se passou e as mídias óticas ganharam mercado de uma forma surpreendente. Os CDs de 650MB armazenavam muitos arquivos, mas necessitavam de tratamento VIP para que não arranhassem com facilidade e comprometessem os dados valiosos que estavam ali armazenados.
Hoje em dia, os DVDs e BDs estão por aí, mas já não são tão utilizados para backup. Isso se deve ao surgimento de um novo método de armazenamento secundário: as memórias flash.
Me lembro como se fosse hoje. O surgimento dos primeiros dispositivos começou com o lançamento em Dezembro de 2000 do DiskOnKey da IBM (foto acima). Naquela época, vários nomes surgiram até a consolidação do termo pen drive, uma empresa de Singapura chegou a batizá-lo deThumbDrive em referência ao seu tamanho e formato, que lembrava um dedo polegar.

Popularização incentiva a falsificação

Para quem vive no mundo da tecnologia já deve ter percebido que basta um produto fazer razoável sucesso para que a indústria da falsificação comece a criar versões “genéricas” de dispositivos que são sucesso de vendas. Pen drives não fogem à regra e hoje em dia fica difícil acreditar em promoções espetaculares que vendem dispositivos como esses com capacidade de 32GB por menos de R$100.
O pior é que existem casos em que o preço cobrado é justo e dentro da realidade, mas no fim das contas trata-se de uma falsificação barata. Como se precaver? Como se proteger? É possível garantir a originalidade de um produto desse tipo? Quais são os tipos de falsificação que existem por aí?
Vamos ver nessa série de artigos em duas partes como identificar a procedência do seu pen drive e verificar se a capacidade nominal é a mesma da que vem estampada na embalagem.

Kingston: o principal alvo

É claro que isso não é uma exclusividade da marca, mas os pen drives da Kingston são os mais falsificados. Tanto que a empresa criou métodos para facilitar a identificação dos modelos falsos. Vamos analisar inicialmente os principais elementos a se considerar quando comprar um novo pen drive e ficar de olho para evitar os espertalhões.

Dezenas de modelos

Um dos primeiros modelos da série DataTraveler da Kingston foi esse apresentado na foto abaixo. Todos tinham um desses e provavelmente a maioria dos que circulavam pelo Brasil eram falsificados, pois vinham diretamente do Paraguai. Alguns chegavam ao cúmulo de ter o led indicador que piscava na cor vermelha, enquanto os modelos originais tinham uma luz verde que indicava atividade de leitura e gravação no dispositivo.
Na época em que esse modelo era bastante comercializado, existiam pequenos macetes para identificar os pen drives falsificados. Um dos que lembro era olhar atentamente na lateral da carcaça branca, onde o original tinha pequenas inscrições em tinta cinza que indicavam um número de referência. É claro que depois disso até os falsificadores colocaram tais marcas.
Depois disso, a Kingston lançou dezenas de modelos de DataTraveler em formatos diferentes. Parte dessa variedade era por conta da modernização, mas todas essas mudanças também tinham um objetivo: dificultar a falsificação, pelo menos por um período de tempo. Mas como a indústria da pirataria não descansa, em apenas algumas semanas os novos designs eram copiados e ganhavam no mercado paralelo.

Embalagem original

Muitas pessoas pensam que as falsificações são necessariamente mal feitas. Em alguns casos isso é até verdade, mas algumas cópias ilegais apresentam embalagens muito bem impressas e quase não é possível identificar as falhas. Em primeiro lugar, a maioria das marcas só vendem seus pen drives com embalagens. Desconfie do papo de um vendedor que informe que eles descartam a capa para facilitar a “importação”.
Na parte de trás da embalagem, verifique uma etiqueta com código de barras, identificadores de modelo e série de fabricação. Eles devem estar lá e alguns modelos falsificados sequer possuem um código de barras.
DICA: Quando comprar um pen drive em uma loja desconhecida, peça vários modelos de cores e tamanhos diferentes. Se forem originais, cada um terá o seu próprio número de série, código de barras e licença. Se for uma falsificação, provavelmente todos eles terão exatamente os mesmos códigos. E lembre-se: se não existir embalagem, simplesmente não compre!

Site para verificação de pen drives originais

Como disse anteriormente, a Kingston lançou um serviço interessante que vai verificar se o seu pen drive é verdadeiro ou falsificado. Em primeiro lugar, acesse o site para verificação de pen drive e informe o seu e-mail. É importante que você digite o seu endereço válido, pois o resultado será enviado para a sua caixa de mensagens. Em seguida, preencha o formulário que solicita os códigos UPC (o código de barras), de autenticidade e de licença. Preencha apenas os números e role a tela para baixo.
Mais abaixo, você vai encontrar alguns campos para digitar seus dados pessoais como nome, endereço e telefone. Esses campos são opcionais e você pode deixá-los em branco sem problemas. Clique sobre o botão ENVIAR e pronto! Em alguns instantes você receberá uma mensagem no endereço de email informado, dizendo se o produto é ou não autêntico.

Outros problemas

Quando o engano foi inevitável e você acabou comprando um pen drive falsificado, outros problemas normalmente surgem. O mais comum deles é em relação à capacidade de armazenamento. Muitos falsificadores vendem dispositivos com 32GB que não guardam mais de 2GB.
Se você comprou um pen drive e os arquivos ficam frequentemente corrompidos, ainda há uma salvação. Mas nós só veremos isso na próxima parte da série.

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